Que horas infrutíferas que tempos
Inúteis que ares perdidos vale a pena
Passar um dia assim no ócio? a curvar
A coluna para a frente puxada pelo peso da
Barriga? que horas inacabadas mortas
Nenhum resgate duma molécula
Duma partícula que seja que complicações
Nada viceja floresce tudo murcha
Seca a água tem um gosto de ferrugem
A carne antes quente saborosa agora jaz
Fria sem gosto se todo dia for assim é
Melhor não nascer no dia seguinte se
Todo dia for assim é melhor morrer não
Precisa nem anoitecer é melhor que não
Venha a madrugada o amanhecer se for
Fazer as coisas que preciso fazer não
Poderei fazer as coisas que preciso fazer
Preciso fazer as coisas que preciso fazer
Mas não tenho como fazer cobram tudo de
Mim sem paciência não posso ser do
Jeito que querem que seja teimo
Todo dia na mesma tecla mergulham-me
Em todos os poros puxam-me como se
Fosse a isca que o peixe tivesse mordido
Fico mordido não percebem que
Asco causam-me ou não sabem ou fingem
Não saber bebi cicuta no peito de minha
Ama de leite bebi absinto quando tive
Sede não poderia deixar de ser amargo
A mais doce saliva em minha boca
Se transforma em fel que horas que não
Consigo enterrá-las numa sepultura esquecida
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