A tua voz fanhosa
De nariz entupido e a
Tua cara manhosa
De pano encardido
Já me enchem o saco
Já me enjoam o estômago
E o teu corpo seco e de
Costelas de fora só serve
Agora para tocar reco-reco
E tua boca árida e vazia de
Saliva e murcha de beijos
Só abre na hora duma
Indigestão e teu semblante
Incrédulo e teu modo
Decorado não me comovem
Mais e não me agradam e o
Meu pensamento se torna
Pesado quando é visitado
Por tua imagem que aparece
Que já não é clara e que já
Não é nítida e nem transparente
E teu olhar vesgo que nunca
Notei e teu andar de moura
Torta que tanto acompanhei
Não passam despercebidos e
Tudo veio à tona e tudo clareou
E vi no fundo quem eras e vi
Tão profundamente que até o
Teu coração cardíaco enxerguei e
Suas batidas descadenciadas
E doentes me enlouqueceram.
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