E rasgo as vestes
E mato os fatos e os boatos
E morro de melancolia
E faço castelos
E traço rabiscos no asfalto
E destruo mitos
E construo catedrais
E grito para os ecos dos desfiladeiros
E acabo as fronteiras
E ponho abaixo os limites
E como raízes
E mastigo reminiscências
E bebo água na fonte
E cuspo desprezos
E vomito ruminações
E escarro remorsos
E machuco consciência pesada
E bato a porta na cara
E desisto de perder
E incisto em ganhar
E existo no caos
E protesto nos cais
E acerto na mosca
E erro a mentira
E concerto pés quebrados
E conserto continentes separados
E fecho o aberto
E abro o fechado
E vejo na escuridão
E falo aos surdos
E olho pelos cegos
E observo os mudos
E sou gente que sente
E sou humano de raça
E canto sinfonias
E declamo filarmonias
E choro chorinho e ladainha
E finjo ruindades
E minto maldades
E vivo bondades
E amo semelhantes
E chamo estrelas
E clamo universos
E babo lavas
E berro paz
E encerro vaidades
E tenho nada
E doo tudo.
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