sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Antônio Furtado, "Poesias e Crônicas", Dona Maria.

Na realidade
Ninguém sabe o motivo
Parece que "uns e outros"
Chegou naquele dia
Para lá de qualquer região
Numa água...
De dar gosto de ver
Para ele, claro,
Explicando melhor:
Aquela água
Que nem passarinho bebê
E vem cheia de gás
Dona Maria abriu a porta
E invocada e aos gritos:
- Isto é hora de chegar?
- Ainda nestas condições?
E ele na maior tranquilidade
- Calma benzinho
Dona Maria explodiu
- Calma é o cacete
Pegando-o pelo cangote
Empurrando-o casa adentro
- Vamos seu safado
Ele sorridente:
- Calma minha flor
Ela perde as estribeiras
- Benzinho e flor são a tua mãe
Desabotoando sua blusa
O coloca debaixo do chuveiro
Naquele momento, ela pensa:
"Mereço isto?
Havia 'coisa' melhor?
Minha mãe estava certa ou com razão
Quando me disse
Estás doida para casar".

Nenhum comentário:

Postar um comentário