Ainda bem
Que vais embora sábado
Vais e não voltas mais
Não aguento
Ver a tua cara
O teu corpo de vaca
E o teu cabelo
De porco-espinho
E o teu pescoço
De guindaste
E que tortura
Beijar a tua boca
Não sei se é boca
Ou se é um túnel
Sem saída
E acariciar a tua pele
De couro de Jacaré
Crocodilo ou javali e
Ainda bem
Que domingo que vem
Não estarás aqui
Basta de aporrinhação
Tua voz de trovão
De ferro batido em bigorna
Teu riso de britadeira
A furar o chão
De asfalto quente
Para mim chega
Ainda bem
Que segunda-feira
Vida nova.
Nenhum comentário:
Postar um comentário