quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Na escrita quando começo a escrever; RJ/1977; Publicado: BH, 0110802021.

Na escrita quando começo a escrever
Não consigo mais parar com a escritura e se
Pelo menos soubesse escrever algo dava até
Para entender a escrituração porém sou
Analfabeto e não sei nem pegar num lápis e
Quanto mais formar uma ideia embasada
Num ideal e expressar tudo corretamente e
Compreendesse as coisas e entendesse as
Cousas e as causas e soubesse interpretar a
Vida e o mundo e os escritos e os lidos e os
Textos e soubesse tudo a respeito do amor e
A respeito da paz e de mim mesmo também
E seria tudo diferente e seria tudo mais fácil
Porém quem sou? porém o que sou?  nem eu
Sei quem sou e nem eu sei o que sou e vou
Parar de escrever e não consigo parar de
Escrever e não consigo mais pensar chega de
Tanta blasfêmia e chega de tanta idiotice e
Chega de tanta burrice e o mundo está cheio
De indivíduos assim iguais a mim e o mundo
Está a transbordar de idiotas que se pensam
Escritores e de homens que não precisam do
Mundo e que não precisam de nada e que 
Não precisam pensar e seus pensamentos
São supérfluos e suas ideias são vazias e
Suas vidas são vagas e quando começo a
Pensar logo morro e quando começo a
Escrever logo chego à conclusão que não
Posso começar e tenho que parar e para que
Continuar com tanta escrita falsa escriba
Fajuto e escriba morto e escriba antigo e
Para que continuar a tortura escriba torto.

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