terça-feira, 17 de agosto de 2021

Pressinto indispensável me curar sozinho com um antídoto preciso; RJ/1977; Publicado: BH, 0170802021.

Pressinto indispensável me curar sozinho com antídoto preciso
E sem a ajuda de ninguém e não quero médico e nem remédios
E não quero psicólogos e nem psiquiatras e nada psicosossiológico
E não desejo nada parapsicológico pois almejo me curar a sós
Comigo mesmo e não sei porque essas coisas têm que acontecer
E não gosto de me desesperar pois vou me curar com o tempo e
O tempo vai me curtir e couro curtido vou afastar as doenças crônicas
E se não me curar não têm problemas não vou me apodrecer e
Vou morrer num canto qualquer dum lugar remoto longe de aborrecimento
E de contaminar alguém com minhas doenças letais ou imaginárias
E que meus germes e vermes e vírus e micróbios e bactérias
Acompanhem-me para apodrecermos juntos a exterminarmos uns aos outros
E anseio me curar sozinho e tenho que acreditar e tenho que crer
E ter fé que uma força qualquer mais poderosa do que eu e
Maior e com mais potencial do que a minha mente vai me curar
E vai me purificar e me restaurar e me renovar ao deixar
Meu corpo e minh'alma iguais à neve e se nada acontecer é apelar
Ao meu Deus para olhar para mim e tirar esse peso da consciência
E tirar esse desespero do ser e tirar essa desgraça da minha vida
E tirar essa miséria ao redor de mim e tirar essa ruína de perto que
Devoram-me e me corroem o íntimo e não me desamparas não meu Deus
E estou a morrer e estou a me matar e a me destruir e a me enterrar
Sem a tua mão protetora e apoio do teu braço forte e
Imploro Senhor me livra dessa enrascada ou cura ou dá-me poder de cura
Para me curar sozinho sem auxílio da química e da física
E da medicina e da farmácia e sem precisar de precisar
E me livra enquanto é tempo para não me apodrecer vivo
E não pretendo morrer vivo e aproveitar e me restabelecer de vez
E me retificar perante à vida e ao mundo e não posso continuar
Assim deste jeito e necessito me averbar no meio dos homens
E me autenticar urgentemente e lavrar a minha escritura
E não o meu atestado de óbito e não o meu atestado de insanidade e demência 
Física e mental para ganhar força e coragem e me enrigecer e me
Enriquecer de amor e paz e me endurecer de verdade e de potência
E para a mim e aos semelhantes e ser puro e depurado e não sujar
E nem ver ninguém sujo ou doente e podre e aprender a amar
Sem temor algum e sem remorso algum e sem arrependimento
E acariciar sem horror e com calma e tranquilidade
E sem nervos e sem pressa e sem manchas e sem nódoas
E sem marcas e cicatrizes e só com o Deus meu que pode me amparar
E pode realmente fazer com que seja o tudo que pretendo ser
E um realista e um mente aberta e um ser natural com amor e paz
Para poder me recompor e me encontrar e me reconhecer
E não percas tempo Senhor preciso me curar a cada dia que passa
Ou vou piorar ou vou regredir ou voltar ao meu conflito e ao meu inferno
E aos meus demônios e capetas e diabos e não deixar de virá-los
E não voltar mais depois de ser expulso do mais terrível inferno
E não ser recebido em outros não encontro saída para meus pesadelos
E não encontro travesseiro para repousar a cabeça
E durante o meu sono não encontro cama para deitar o meu corpo
E não encontro corpo quando quero dormir
E já não tenho mais corpo só uma massa disforme
E um amontoado de carnes velhas e apodrecidas
E devoradas por bichos de moscas e outros bichos mais
Insaciáveis de carnes bichadas e purulentas 
E tenho que retirar esses bichos que se alimentam de meu corpo e ser
E tenho que salvar este coração que tanto bombeia só sangue venoso
E envenenado e leucêmico e não sei como vou fazer
Para não perder a minha vida e não perder meu ser
E quero amar as coisas e amar ao mundo da mesma tal maneira
E amar a vida e tudo que existe no universo 
E quero amar às mulheres e fazer amor com as mulheres
E fazer sexo sem medo de nada e sem pensar em nada
E só sei ficar é cada vez mais tenebroso e doente
E a cura não vem e a sanidade não vem e o restabelecimento não vem
E a esterilização não vem e me afasto das coisas
E me afasto das mulheres e me afasto de mim
E me afasto do mundo e da humanidade também
E crio um ódio cru de quem não crê e crio uma raiva
Das pessoas e da natureza e das cousas e do tudo e do todo
E crio uma cólera duma desconfiança e uma fraqueza que rouba minha fé
E que mata minha fé e que me mata e acaba comigo
E me destrói o organismo e impede o meu orgasmo
E me faz ser um precoce e medíocre e apressado
E fraco e frágil e fresco e frígido e um ser melancólico
E sem iniciativa e morto e torto e podre dum aborto mal feito
Um monstro dum feto arrancado às unhas dum útero canceroso
E preciso sair desse dilema e mudar desse emblema
E renovar meu tema e abrir meus olhos e abrir minha cabeça
E abrir minha mente e abrir meu espírito e abrir meus pensamentos
E abrir minha boca em mil sorrisos e chega de chorar e de ranger de dentes
E chega de lamentações e de reclamações e de prantear infantilmente
Também tenho o direito e a necessidade de ser feliz e de amar
E de viver e de cantar e também tenho sede e ganância
Por um mundo melhor e sair desse deserto e sair dessa prisão
E desse calabouço desse arcabouço e soltar estas correntes e estes grilhões e
Abrir estas algemas e estas grades e abrir o raciocínio do coração
E escancarar o coração e se não me curar e se não me sarar
Nada disso vai ser possível e nunca farei o impossível
E nada disso vou conseguir e nem vou encontrar valor em nada
E não vou querer saber de mais nada nem de mim
E vou ser mais um louco e vou ser mais um porco
Doido no meio dos espinhos e um porco espinho doido
E vou ser um maluco dum cachorro hidrófobo
Nesta selva ardente e vou ser um psicopata sem cura
E vou ser uma paranóia a ter mortes loucas todos os santos dias
E vou ser um neurótico a lutar nesta guerra besta fera
E um esquizofrênico a me esconder do pânico introvertido
E um debilóide declarado sem encontrar o seu lugar
Para se refazer de tudo ou uma água limpa para lavar
Estas feridas ou uma asa de águia real para alar esta mente
E voar na imensidão firme e forte e positivo e sem negativismo
E a abrir amplos espaços no espaço do universo e a
Dar lugar na mente para ideias e pensamentos verdadeiros
E coisas reais e sinceras e curas e milagres e renovações
E preciso me sarar urgentemente e que seja hoje amanhã não
E que esta cura seja agora e que este milagre aconteça agora
E minha vida tem que mudar nasci ontem e não quero morrer hoje
E morrer nestas condições é uma pura covardia
E não fiz nada e não deixei nada e morrer assim é pecado mortal
E desejo morrer igual a um homem de verdade morre
E almejo morrer pelo menos na condição de ser um ser humano
E ter um enterro de ritual digno da mais nobre tribo da terra
E ter meu nome estampado na lápide do jazigo
E morrer igual gente e não indigente e ter uma morte calma
E ter uma morte tranquila coberta de brisa e sereno e orvalho
E como todo cidadão tem direito e como todo homem tem direito
E só tu meu Deus podes fazer com que tenha uma morte assim
Com tanta pompa e circunstância e com tanta gala
E preciso me curar sozinho e se tiver algum auxílio
Só se for o auxílio divino ou o auxílio da mulher amada
Que tudo que a mulher tem feito nunca está no mapa
Com calma e entendimento dos quais é dotada
E são duma santa a compreensão e o conforto
Que a mulher usa para servir e não são deste mundo
Com uma mulher ao meu lado e com o apoio divino
Sei que vou me curar  o mais breve possível
E sem pensar em abandonar nunca e sem pensar em deixar nunca
Pois seria suicídio e morte rápida e rasteira
E não viveria nenhuma fração de segundo e
E suturar minhas feridas e costurar meus cortes
E equilibrar meu desequilíbrio pois não posso continuar assim
Não espero parar no meio do caminho e sim ter capacidade
Para enfrentar os problemas e arranjar soluções próprias
Opiniões minhas e não temer e nem ter medo
E não tem sentido temer e não tem razão ter medo
E quero ser de novo novo e basta de ser velho e alquebrado
E basta de tanto sofrimento e de penar e por isto
É me transportar e me metamorfosear e me implantar e transplantar
E me integrar comigo mesmo e me entregar a Deus
E aí meu amor e à minha paz para poder ser curado
E saudável e com saúde e sem doença de espécie alguma
E nem física e nem mental e nem espiritual
E preciso fortalecer minha mente e tirar de
Minha cabeça minha cabeça e ficar sem cabeça
E pôr no lugar de minha cabeça minha cabeça nova
E tirar de minha cabeça velha todos os pensamentos
E todas as ideias que me desesperam e me deixam oprimido
E me deixam deprimido e vou curar meu cérebro
Que é um cérebro torto e doentio e é um cérebro fraco
E sem vida e inerte e incolor e sem noção e vazio
E é um cérebro que vaga eternamente no vácuo da minha cabeça
E preciso preencher este cérebro e banir este vácuo
Senão não consigo pensar não nem em Deus
Ou na mulher que me quer e senão não consigo
Levar pureza ao meu coração que necessita tanto quanto eu
De tudo que é preciso para uma cura total e
Uma mente dura e inflexível e para o lado negativo e fraco
Uma mente de ferro e aço inoxidável e viril
E uma mente de azul anil inabalável e poderosa e manacial
E que nada a atinja e nem a venha prejudicar
Está fortaleza mental habitação de tudo que vai me curar
E deixar de lado tudo de que preciso de material
E deixar de lado todo deste tudo terreal e
Deixar de lado tudo deste todo superficial e
Preciso me curar sozinho já cansei de falar e
Curar meu coração em chagas e meu corpo em frangalhos
E minha mente em retalhos e curar esta minha vida em andrajos
E preciso refazer meu espírito e curar meu olhar
E minha fala e meu sorriso e preciso Deus meu muito de Ti
E de tua cura e de tua presença pois toda a minha energia implora
Por toda a tua energia para este rato contaminado
Este cabra da peste bulbônica que rasteja a teus pés
E cura este verme que mais parece uma barata tonta
Desgarrada e cega e abandonada que padece na calçada
E sem a tua cura só resta à esta tragédia sem esperança
Viver dentro deste peito podre e morto.

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