segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Quando o mar lança na praia; RJ/1977; Publicado: BH, 020802021.

Quando o mar lança na praia
As suas espumas cor de neve e
Que se perdem na areia e 
Areia prateada pelo luar e 
Estou presente neste momento
E com vontade de amar e
Quando a espuma branca se
Desfaz na areia e a água vai
Embora a deixar tudo assim 
Tão só me sinto como se fosse
Aquela espuma branca cheia
De pureza e quando me 
Abandonas então vou para a
Beira do mar e fico a conversar
Com a espuma que me conta a
Sua dor que é a dor do desprezo
E que é a dor da ilusão e a dor
Da luta perdida por morrer na
Praia e acabar na areia e quando
O mar lança na praia o seu 
Orgasmo cor de azul e lanço as
Minhas lágrima em cada grão de
Areia e que é o meu pranto e que
É o meu amparo a areia prateada
E amiga da lua e amiga do sol e
Absorve a branca espuma sem
Pensar na sua brancura mas a 
Areia não tem culpa e quem tem
Culpa é o mar que dá vida a branca
Espuma para depois a matar sem
Piedade e sem paixão e sem dó e é
Mesmo assim que queres me matar
E que me matas quando não me
Queres e nem queres o meu amor e
Quando o mar lança na praia as suas
Espumas cor de neve a morrer lanço
Em ti o meu branco olhar abandonado.

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