Não posso me julgar o pior dentre os homens
E nem posso me julgar o pior entre os mortais amantes
Ou o pior ser que respira este ar poluído desta velha Terra
E não posso me julgar o pior de todos e sou
Um ser a buscar e a procurar e a pagar um
Alto preço pela vida e a enfrentar árduos
Caminhos para conseguir encontrar a verdadeira
Razão de viver e do amor e da paz e da felicidade
E não tenho culpa por aquilo que sou e nem
Posso me culpar por aquilo que penso e só
Tenho que me libertar deste sentimento de
Culpa e deste peso na consciência por todo
Mal e sofrimento e toda dor que aflige ao
Mundo inteiro e não posso me sentir o mais
Morto entre os mortos ou o mais mortal entre
Os mortais e tenho que chegar à conclusão de
Que ser o que sou e não o que fui ou o que
Serei e bravo e forte e destemido e belo igual
A um bicho selvagem do mato virgem e tenho
Que chegar à conclusão de que não preciso
Falar nada e nem preciso mostrar nada ou
Aparentar nada e basta que seja e basta ser e
Pressentir n'alma e no espírito o valor de ser
E do ser e não posso me julgar se sou e só se
Julga quem não é ou quem não encontrou a
Ponte sólida sobre o abismo e vive ainda a se
Equilibrar na corda bamba ou na fina pinguela
De taquara de bambu sobre o caudaloso rio
Do caos da vida sem sentido ou direção.
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