Antigamente conquistava-se uma mulher
Com uma poesia e tudo que a mulher
Queria, era um verso; nos meus tempos,
Os cantos, as odes satisfaziam à mulher;
Atualmente, as mulheres querem outro corpo,
Com outra bunda, outra vagina, seios que não
São os seus; querem outra cabeça com faces,
Com outros lábios; a mulher não se aceita
Mais e quer o que não seja dela; hoje, não
Conquista-se mais uma mulher, compra-se,
Como compra-se carne num açougue; e quem
Tem bala na agulha, dá-se ao luxo de
Comprar até mais duma mulher; burros
Velhos por aí, endinheirados, mantêm
Haréns às escondidas; e o que não falta
No mercado são mulheres à venda,
Verdadeiras bonecas infláveis, barbies
Formadas aos mais caros bisturis, ninfas,
Ninfetas artificiais, com tudo programado
E figurinos decorados, para um ar de
Naturalidade e de sinceridade; e o mercado
Todo ano lança um protótipo diferente,
Que é logo copiado pela sociedade; é o
Mercado que dita, como a mulher deve
Ser; e ai daquelas que não se adaptam
Ao establishment, ai daquelas que não
Adotam o padrão global de comportamento,
Não conseguem nada, não viram assunto
Para fofocas, notícias sensacionalistas
Para mexericos comentários banais,
Produtos para consumo; e quando estão
Com o que banca tudo, já estão de olhos
No outro que tem mais, para quando
Finalizar o contrato com o primeiro; e
Muitas conseguem administrar até mais
De dois, às vezes sem nenhum saber da
Existência do outro; e há também as que
Mantêm seus Apolos, seus Adônis,
Para os casos de maior urgência amorosa.
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