sexta-feira, 15 de abril de 2016

José Inácio Pereira, SCERZO.

É tarde para ver-te quando nada
Revela neste mundo a tua imagem -
Calou-se a orquestra, e tudo, na passagem
Da tua ausência em tudo assinalada.

Ainda mais por ser enluarada,
É longa noite a dentro esta viagem.
Longe um piano toca esta mensagem:
É muito tarde para ver a amada.

Nem mais fica distante o lampadário
Que percorro na ilusão de um teu sinal.
E não te vejo no estelar cenário.

A vida é quase nunca quando arde
A solidão nas sendas de cristal.
É tarde para ver-te, é muito tarde.

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