Que bicho és tu? um homem, pelo menos
Foi o que disseram, quando nasci;
Um homem mas, que espécie de homem
És tu: de qual espécime? vive sempre em
Si, enclausurado, emudecido, taciturno;
Não posso falar muito e nem sei falar
Direito, vivo a espreitar universos, os
Mais distantes possíveis e estou sempre
A querer o impossível; e o que é o
Impossível para ti, que não vejo nunca?
O que tu comes, por exemplo? o
Impossível para mim é a arte que eu
Tento atingir e a obra-prima com a
Qual tento alimentar-me; alimentar-te
De obras-primas? isso, preciso comê-las
Para sobreviver, sou um tipo de homem
Que, o meu pão de cada dia é uma obra
De arte, uma obra-prima, por matéria-prima
E se não alimentar-me delas, morrerei de
Fome; és um inconsciente, trabalhar que
É bom, nada; sou consciente, no sentido
De que, se não criar obras para alimenta-me,
Aí sim, tornar-me-ei um inconsciente;
E qual tipo de obras tão importantes crias,
Assim, que chega a encher a boca, obras,
Como se estivesse realmente, com um
Pão delicioso na boca? falaste tudo,
Estou sempre com uma obra na boca, a
Mastigá-la, a ruminá-la, a digeri-la, até
O dia no qual, terei que dá-la vida, luz
E um dia, num lapso inesperado, entenderás.
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