Tu pensativo quem és? ora sou o que sou,
Desde que não seja tu e tu, inquisitivo,
Quem és? ora, não reconheces-me? sou o
Teu demônio predileto; e desde quando,
Tenho cá comigo, um demônio predileto?
Não gostas de fazer o mal? ficas a matutar
A próxima maldade, a engendrar a ruindade
Mais prazerosa, então, sou eu o teu demônio
Cotidiano, quem às vezes até retenho um
Pouco, o teu calabouço de inspirações maléficas;
Estás enganado, não sou tão mau assim,
Até vou à igreja, rezo, oro, comungo, faço
Penitência, dou esmolas, canto hinos, dou
Glórias, leio a Bíblia; pois é, sou eu quem
Sopro aos teus ouvidos, para fazeres essas
Pequenas coisas estúpidas, pois estás insuportável
Em tuas maldades e pensas que não acompanho
O teu passo a passo? se continuares assim, vai
Concorrer comigo em meu reino e podes um
Dia querer o meu lugar; vade retro, satanás,
Sou batizado, crismado, bebo água benta, água
Abençoada, engulo hóstias e em muitos casos
Ajudo cultos e missas; vade retro tu, criatura
De barro, renegada e ingrata, insignificante
E na qual não imaginava ver tamanha fortaleza
De coisas ruins; não há nada que fazes de bom
E de bem, matas, deixa morrer de fome e de
Sede, roubas, corrompes, és corrompido,
Mentes, prevaricas, enganas, falseias, ficaria
Aqui a eternidade toda a desfiar as tuas
Desqualificações; és um homem e por mais
Que queiras disfarçar-te, metamorfosear-te,
Transplantar-te, serás sempre um homem
E ao diabo não enganarás; Deus deu-te o
Livre arbítrio, a liberdade para fazeres o
Que queres, mas, não deixarei que sejas pior
Do que eu e venha tomar o meu lugar, nunca.
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