sábado, 16 de abril de 2016

José Inácio Pereira, Soneto para um violino.

Não falarei do amor, por que somente
Os anjos podem proferi-lo assim.
Em eternidade, a vida, certamente,
É a essência dele, do que não tem fim.

Não falarei da dor, pois dela vim,
Trazendo o coração que, no presente,
Vaga distante do meu ser, de mim.
Vivo a buscá-lo na aura transcedente.

Há de existir, por um momento breve,
Uma palavra que, não dita, fale
No mais profundo coração da gente.

E mais que a borboleta seja leve.
E por mais que eu me detenha e cale,
Declare amor um anjo eternamente.

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