Até parece que a minha petulância é pura ousadia
Ou imodéstia porém quem conhece-me sabe que
Não tenho qualidade de petulante não sou imodesto
Ou ousado ou insolente ou desavergonhado minha
Insolência não passa de figuração quisera ter finura
Ter soberba naturais verdadeiras tenho esta
Configuração de coisa arrebitada sou este prego
Que finge que se revira a mostrar a ponta para cima
Mas a pancada do martelo achata-me põe-me no
Meu lugar não adianta sonhar como se fosse um
Arrebito de resistência ou como se fosse pernóstico
Esperto de mau gênio ou revirado de miolo Arrebitado de ânimo se não passo dum morto só
Arrebento-me em lágrimas só rebento-me no choro
Infinito eterno contínuo a dureza de minha
Ignorância nem arrebenta-pedra pode ser capaz de
Resolver a planta da família das Euforbiáceas também
Chamada quebra-pedra por que se lhe atribui a virtude
De dissolver cálculos urinários procuro a arrebentação
Que um dia abrirá a minha cabeça e libertará a minha
Mente livrará o meu pensamento com o rebentão da
Sabedoria do conhecimento da inteligência no ato de
Arrebentar na criatividade na inspiração do arrebentamento
Da luminosidade que curará tudo de quebrado em mim em
Meu corpo adoentado no meu físico debilitado que tento
Levar adiante o conjunto esfaltado sem recursos arruinado
Que tento manter em aparência porém todo mundo já vê que
Estou arrebentado por dentro meu coração está rebentado
Não espera deixar de ser fácil ou suscetível de arrebentar de
Emoção outras besteiras humanas meu castigo só serve se
For por açoite de marinheiros o cabo de vários usos a bordo
O rebenque que esquenta as costas dos marujos revoltosos
Em noite fria de lua cheia que não arrebata o sofrimento e que
Não tem a postura de arrebatar a rês presa das garras do lobo
Total vexame arrebatante levado pelos ares dos ventos
Viajantes extasiado pela fúria do fim do amor da mulher
Inconsiderado no meio dos irmãos como se fosse um pássaro
Pintado rejeitado no bando precipitado na corrida do medo
Da covardia irascíveis de furores súbitos como se fossem uma
Energia de mil raios de trovões de tempestades vulcânicas
Como fico irritado com a minha mediocridade como mata-me
A minha falta de luminosidade sinto-me escuro sem luz
Sinto-me nas trevas arrebatado do meu meio preciso dum
Arrebanho de ser útil como uma operação agrícola em que uma
Vassoura atravessada na traseira do temão do arado aplana os
Camalhões cobre as sementes enquanto o arado vai a abrir os
Sulcos na terra já semeada preciso sentir-me útil como um
Arrebanhador que arrebanha ajunta o gado perdido pelos
Campos pelos precipícios pelos abismos fendas se
Obtivesse um dia a utilidade duma fivela por onde se enfia os
Loros dos estribos a arreaz o arreatar que serve para prender
Com arreata por arreatadura no mastro o conjunto de cordas
Para atar cabos para atracar que utilidade tenho? preciso
Apanhar muito de arreatada com pancadas golpes com
Arreatas para aprender a viver a ser servidor como o arreador
Ou aquele que arreia ou o arreeiro sábio na arreação no
Arreamento quero por fim neste meu arrazoamento este meu
Discurso arrazoado de arrazoar sem ouvidos a esperar ter
Aprendido alguma coisa pelo menos ser mais discursador
De alto nível não ser um arrazoador maçador que entedia o
Leitor ó não o leva a reflexão nenhuma pelo contrário quero
Mais é arratelar todo o apedeutismo que tenho dividir em porções
De arrátel o arrasto de apedeuta que faz-me arrastar o meu saco
Pelo chão como uma serpente ou uma cobra ou uma víbora venenosas
Comedoras de poeiras distantes dos alares de rede de pesca dos
Sulcos nos declives das montanhas sou feito lenha tombada pelos
Lenhadores largo pelos caminhos marcas de arrataduras o
Arrastamento de minha dor de verme arrastador rasteiro miserável
Humilde desprezado só resta-me mesmo ser arrastado pelo
Esgoto de despojos que deixa-me influenciar facilmente por outrem
Ultrapassa o marco arrastadiço não abandona a condição de
Arrastadeiro secular preso à corrente de metal utilizada nas armações
De pesca para abraçar as redes nas areias dos desertos arrastar nas
Tempestades dos Saaras que constituem oitenta por cento da nossa
Formação a areia incandescente é o nosso alimento o nosso ferro
Ardente em brasa que temos que engolir a língua candente exaltada
Que temos que conter o fingimento fogoso o falso espírito inflamado
Tudo por ser outra a nossa realidade escondemos a verdade mentir
Para sobreviver rir para enganar fingir na ilusão ótica na falsa
Estética do belo do culto à beleza física supérflua o abandono do
Valor espiritual por não conhecermos o caminho que cada espírito
Seguirá depois de desencarnado pela morte da matéria imploro pois
Não quero que o meu espírito se transforme num fantasma assombrado.
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