sexta-feira, 24 de maio de 2019

Quando faço um gol estou sempre na banheira; BH, 030802000; Publicado: BH, 0240502019;

Quando faço um gol estou sempre na banheira 
E o juiz nunca valida o meu gol pois acha que encontro-me
Em impedimento como jogador de futebol Roberto
Dinamite do Vasco por exemplo só faltava matar o Mário 
Vianna com dois enes não esqueço-me dos uivos do 
Mário Vianna sai da banheira Roberto seu lugar é 
Naquele grande recipiente para se tomar banho
Instalado no banheiro ou no quarto de banho com a 
Imersão dum corpo ou parte dele em água ou outro 
Líquido o ato usado para tal fim pelo banhista em 
Especial os de mar a proclamar de casamento a
Trabalhar forçado nas galés a ida para os estabelecimentos 
Das câmaras de gás nos campos de extermínios nazistas o
Vencer por longa margem o modo de aquecer dissolver
Ou cozinhar uma substância ao manter-se em água fervente 
Por algum tempo o recipiente que a contém no processo do
Banho-maria não faças o meu banimento por essas ideias
E clamores não deixas ninguém banir-me ou expulsar-me  
Da pátria ao desterrar-me para terras estranhas exilar-me 
Como se fosse um inimigo público número um
Afastar-me do convívio da sociedade não deixas-me 
Excluir do meu meio nem que as forças ocultas venham 
Eliminar-me deixas-me a continuar a aprender a tocar o meu
Banjo meu instrumento musical de cordas pois estou a treinar 
Para virar um músico já que não nasci para ser banqueiro
Não nasci para ser dono dirigente de estabelecimento bancário 
E nem de banca de jogo do bicho não tenho capital para 
Nos jogos de azar como a política fazer os pagamentos 
Correspondentes às jogadas jogatinas maracutaias
Ganhos pelos parceiros perdidos pelo povo não tenho 
Nenhuma banqueta para repousar a bunda o meu pequeno
Banco é sem encosto não posso nem repousar as costas
Por isso que estão a doer é que não fui convidado 
Para o banquete dado pela burguesia nem convidado para a 
Refeição festiva que congrega um grupo de pessoas da elite 
E fiquei de fora do festim não deixaram-me banquetear
Que tanto implorava não deixaram-me tomar parte passar
Bem deliciar-me alegaram que era um indivíduo dos
Banto da raça negra sul-africana da língua falada
E comecei a banzar-me a cismar com tudo a espantar-me 
E a zangar-me pois achei que também poderia chegar lá 
Mas que nada não adiantou armar um banze criar um 
Conflito fazer uma desordem na fila fiquei de banzo com
A mesma frustração moral física que vitimava os negros 
Escravizados fiquei abatido triste pasmado que 
Achava-me firme igual ao báobá árvore africana tida como 
A de tronco de maior diâmetro chorei igual criança 
Desmamada sofri um baque como o sentido pelos pais 
Que separam-se dos filhos na hora da ida para os campos 
De refugiados ou flagelados senti um calafrio como o
Causado pelo barulho produzido pela queda dum corpo ou
Um desastre de avião com mais de cem passageiros ou um
Prejuízo inesperado pela quebra pela falência dum bar
Faz-nos baquear faz-nos cair em baque surdo cair de 
Chofre tal uma ducha fria em noite de inverno pois da 
Baquelite a resina artificial criei a vareta com que se toca o 
Tambor marcial na abertura na inauguração de casa 
Comercial especializada na venda de bebidas sobretudo 
Alcoólicas pratos ligeiros encontrada em dependência de 
Hotel ou aeroporto estação quase até mesmo em igreja 
Para o mesmo fim estou a falar do botequim do boteco
Do café que hoje já se encontra no móvel próprio para se 
Guardar bebidas com toda barafunda que às vezes acontece 
Com toda a bagunça que às vezes é gerada não troco um 
Bar por nada é lá é que é o lugar de barafustar
Entrar repentinamente pedir uma bem gelada pedir um 
Quente agitar-se a debater sobre todos os assuntos entrar
Na baralhada fazer um baralhamento aprender ensinar
Gritar conversa cantar batucar misturar as cartas do
Baralho confundir depois explicar desordenar baralhar 
Mais ainda atrapalhar com a coleção de cartas de jogar pois
O bom malandro no jogo é barão leva título de nobreza
Não é inferior ao visconde é senhor feudal da malandragem 
Que a falar sério chora por Gregor Sansa o nome genérico 
Dos insetos ortópteros a barata de Franz Kafka a dona 
Baratinha do senhor Ratão não quero que esta literatura 
Sofra um barateamento que venha diminuir de preço intelectual 
E não quero dar pouco valor à cultura nem menosprezar
Quem quer tornar barato baratear o meu escrever ignorar
O que escrevo como o grosseiro barateiro que vende barato
A opinião que dá qualidade de barateza à crítica a fazer 
Baratinar o leitor como se fosse ficar mais confuso mais
Frenético talvez até ficar mais drogado como se sentisse
Um pequeno automóvel conversível a antiga baratinha relíquia.

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