Estava sentado no chão da sala
Com a cabeça encostada no braço do sofá
O ventilador ligado ao meu lado
Quando pai entrou de mansinho acendeu a luz
Virei bravo já a protestar a grunhir
De reprovação parou olhou-me mais
Uma vez pegou uma folha branca de papel
Uma esferográfica na mesa do computador
Saiu da sala de mansinho sem pronunciar
Uma única palavra pai gosta de mexer
No computador mas não deixo só
Mexe quando durmo ou do contrário vou
Lá desligo fica com raiva não faz
Nada penso que mãe saiu para
Buscar meus remédios no Posto de Saúde
Para comprar um gel dermatológico para
Passar na cabeça do pai que tem
Umas ziquiziras na nuca fica a coçar o dia
Todo que chega a sangrar fiquei em casa
Sozinho com pai gosto de apertar
Feridas rio quando aperto feridas ou
Machucados do pai de mãe
Falam ais não sei se sou meio
Sádico ou meio masoquista já tomei o
Meu mingau uns comprimidos que a
Mãe me dá todo dia de manhã
Pai foi lá para a cozinha tomar a
Losartana que tem pressão alta
Ficou por lá pois não o deixo ficar aqui
De jeito nenhum pai está de
Férias do trabalho vive num dilema
Se fica em casa não pode fazer nada
Se sai para a rua enche a cara de cervejas
Quando chega leva bronca da mãe
Quando briga com pai acho certo
Penso que a briga é por minha causa
Fico doido para pegar pai mas
Mesmo ao brigar com pai mãe
Não me deixa pegá-lo agora durmo
Com a cabeça no sofá o ventilador
Ligado já não sei de mais nada não.
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