Poeta desconhecido
Mas afamilhado pai querido
Tenho muitos filhos aos milhares
Minha família é grande
Guardo muitas moradas
Bem dentro de mim
Não quero me afamar ou
Ter fama aqui
Pelos filhos que tenho
Não quero me tornar célebre
Adquirir prestígio notável
Insigne celebrado
Afamado comemorado
Deixa-me só com meus filhos
Clássicos ou não
Obras de arte ou não
Obras-primas ou não
Obras eruditas ou não
Deixa-me só
Quando me sentir afaluado
Com a semelhança de falua
Esbaforido enjoado
Nauseado ansioso
Torno-me um falcão peregrino
Começo a voar para longe
Vou-me afalcoar
De repente com o azul do céu
Afaimado pela ilusão
A perder então o jeito afagoso
A esquecer o gesto fagueiro
A deixar de ser afagador
A abandonar os meus filhos
Na primeira fogueira de papel
Que encontrar pelo céu
Sei que não aprendo mais
A ser afagante
A ser aquele que afaga
Os filhos mais amados
Não sei mais ser acarinhador
Paro de bater as asas
Despenco da imensidão
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