Não há velhice feliz
O futuro é de lágrimas
Dores para quem não morre
Antes do futuro não há céu
Para o velho a vida do velho
É um inferno para o velho
Para quem o velho depende
Na ilusão da sobrevivência
Antes do ai final a velhice
É cruel pernóstica
Nefasta devasta a filosofia
Destrói a história transforma
Tudo em fisiologia a decadência
Fecha-se em líquidos vapores
Crateras terrores horrores na
Convulsão da demência da
Senilidade a lucidez vira
Insanidade a razão gera
Desrazão o que antes era noção
Intuição percepção não passam
De fantasmas assombrações
Simulacros não há velhice sem
Degeneração desmoronamento
Desqualificação perda de
Personalidade de caráter
Tudo falha pois o velho não
Precisa usar mais nada é só
Manipulado bolinado jogado
De lado levado para lá
Trazido para cá deixado no
Ostracismo esquecido num
Asilo não reconhece nem a si
Próprio não agrada não é
Agradado às vezes agredido
Enquadrado arrastado molambo
Pisado traste ignorado já teve
Orgulho já foi soberbo vaidoso
Já desprezou almas entes
Espíritos já zombou blasfemou
Doutras deixou de guardar
Alguma coisa para amenizar
A velhice infeliz
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