Ontem lá vinha o sol insolente
Menino sebo nas canelas
Menino pernas para que te quero
Menino afundava nas águas de
Esgotos lamacentas dos rios
Ontem não havia problemas com
Frutas estragadas goiabas
Bichadas arapucas armadilhas
Cachoeiras cachorros gatos
Grotas outros esconderijos
Muros territórios às vezes
Brigas de turmas rixas de ruas
Meninas muitas meninas que
Exibiam as partes intimas ontem
Banhos de chuvas apostas de
Corridas de maribondos de
Cachorros bravos pular cancelas
Fugas de bois correr nas
Pinguelas fazendas medos
Muitos medos das assombrações
De minha avó ninguém perdia
Para um pirata ou para um gigante
Ou até mesmo um dragão sem
Ser São Jorge sem ter cavalo
Branco ou lança mortífera à
Noitinha antes da mãe chamar
Para dormir era a hora de esperar
Os discos voadores seus
Tripulantes imaginários não
Vinham nunca como nunca vieram
Nem nunca virão ontem era
Imensidão madrugadas infindáveis
Nada de quimeras ontem eram
Terrorismos de irmãs que enchiam
O coração de pânico estragavam
O sonho os palavrões terminavam
Em pimentas esfregadas na cara
Engolidas depois de mastigadas a
Vida ontem teria sido mais feliz se
As irmãs não existissem porém são
Uns erros de estratégia que o destino
Prega-nos mesmo sem querermos
Nenhum comentário:
Postar um comentário