Até agora vivo e não sei se ainda vivo
E ando e não sei se ainda não morri
E bebi toda pinga que encontrei e
Amanheci com toda mulher que amei
E toda noite fumei até o filtro do cigarro
E cada baforada que soltei
Escapou também um pigarro e
Andei escorado no muro do mundo e
Procurei um amor que não seja imundo
No meu peito bate um mesquinho coração
Como o pêndulo dum relógio velho
E sem se preocupar com a rotação
E as mulheres que ficaram comigo
Só me colocaram em perigo
Com um amor flagelado
Que me deixou arruinado
E sem experiência de vida
E sem conhecimento do mundo
Fui pela primeira porta
Que se abriu à minha frente
E quando abri os olhos estava
Num mundo diferente e
Não sei quanto tempo vivi
E não sei quanto tempo morri
E levantei e estava doente
Da alma e do corpo
E do espírito e da mente
E até agora vivo a tentar consertar
E até agora estou a tentar me encontrar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário