E vejo as roupas nos varais
Toalhas camisetas lençóis calcinhas cuecas
Vassouras encostadas nas paredes e o sol
Nos telhados e torres de telefonias e plantas
Pelos cantos e lá de vez em quando
Um ruído ou outro dalgum veículo
Que passa e tossidos secos ou com escarros vêm do
Quarto escuro e a caneta ao deslizar sobre o
Papel emite um zunido imperceptível de arrastar
De ossos teimosos e resilientes e fósseis
Resistentes e que venceram os tempos
E aparenta que fui longe demais e
Não saí do lugar e como sempre bebi
Umas e outras cervejas ontem a atender
Os fantasmas residentes das minhas moradas
E os filhos da puta sempre querem muita
Cerveja e nem chego a ganhar de
Salário o suficientemente para atendê-los
E os filhos d'égua pedem sempre
Mais e já com a barriga por
Estourar e a careca lavrada e a
Barba por fazer e os fatos já rotos
E escroto nada mais tenho a
Oferecer e ontem na farra e
Hoje a mulher na igreja e
Haja paciência comigo e diz
Que leva o meu nome para
Grupos de orações e sou uma
Carcaça de sucata que nada
Mais sobrenatural ajuda e além
Do mais os meus inquilinos não
Prescindem de orações e eu o morto
Talvez sim mas eles os vivos na certa não.
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