sexta-feira, 24 de abril de 2020

Forró; Publicado: BH, 0240402020.

Lá no mato é só tristeza
Quando a tarde chega
E só dá moleza
A viola calada
Pendurada na parece
Do rancho velho
De rede armada
A sanfona aguarda
Num canto assanhada
A hora do forró
Que vai alegrar
A tarde tristonha
Que vem de longe
Montada no vento
A puxar a noite
Que vem devagar
Pois o dia está calmo
E à noite não quer perturbar
Mas um rancheiro pega a viola
E um outro a sanfona
E de lá e de cá e de acolá
Os chegados a chegar
E o forró começa
E a cachaça rola
Para lá e para cá e para acolá
E tudo alegra
Até que num cantar tristonho
Um rancheiro se despede
Com um canto de melancolia
Que dá vontade de chorar
E o choro do sertão
É o mais triste deste mundo
E o que tem mais solidão
E sozinho lá fora
Pela noite a dentro
O rancheiro toca a viola
Do teu coração.

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Sumuel, mui grato pelas manifestações, nesses poeminhas super pueris, de quando não eras nem nascido.

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