Estou atijolado entendeste,
Semelhante a tijolo,
Revestido de tijolo queimado;
Tenho uma parede dentro de mim,
Não adianta me atiçar,
Que não pego fogo;
Não adianta avivar minha brasa,
Excitar-me e instigar-me a viver;
É perder tempo,
Com o meu atiçamento;
Nada tenho de atiçador,
Meu carvão molhou,
A pilha descarregou;
Estou em estado aterrorizador,
Tudo me causa terror;
Sinto-me aterrorizante,
Tudo quer me aterrorizar;
E nem sou ateu,
O que não crê em Deus
E até creio em Deus;
E não sei porque,
Tenho que me sentir assim;
Não tenho um aterro,
Uma porção de terra firme,
Para aterrar o meu pranto,
Aterrizar a minha dor;
O que resta em mim,
É confirmar como testemunha,
Demonstrar que estou morto,
Testemunha na cova, a
Abarrotar o rosto de lágrimas, a
Atestar no cartório,
O atestado de óbito,
Documento através do qual,
Vagarei no vácuo final,
Onde vou ater-me agora.
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