O que me faz inchar
É esta agastura
Esta vontade de comer
Que me enche de gordura
De mal-estar de nervura
O que me faz ficar agatanhado
Todo ferido com as minhas unhas
Arranhado na própria pele
É a necessidade do sal
Que ao sair pela pele
Assa-me pelo corpo todo
Ainda bem que não sou agástrico
Não sofro de agastria
Tenho vestígio de canal intestinal
O que já não ocorre
Nos animais acéfalos
Mesmo ao não sofrer da
Ausência congênita ou da
Ressecação total do estômago
Não deixo de ser um acéfalo
Agastado de ignorância
Que se agastou na imprudência
Enfadado de agonia
Pesaroso de espírito
Onde o espírito causa pesar
Só em atuar nas imediações
Irritado por não possuir
A mínima qualidade que seja
Não ser capaz de mover uma pedra
Para sair do estado agastadiço
Que facilmente é dado irascível
A não poupar ninguém da ira
Com ódio agasalhado no peito
Coberto de ira e furor
Abrigado na inveja na cólera
Quente na raiva no defeito
Abafado no grito do amor
Nenhum comentário:
Postar um comentário