Estou atravessado entre a vida a morte
Posto de través entre o bem o mal
Fui o atravessador do rio de Caronte
O que atravessa o caminho de Cérbero
Acamçabador das almas perdidas
Intermediário entre o céu o inferno
O produtor do amor mórbido
Consumidor dos vícios bizarros
Adquiri gêneros de estocagem
Moedas sujas para a troca
Na especulação da salvação
Sempre estou atreito a atravessar
Por uma coisa de modo perdido
Para que passe duma parte a outra
De modo real
Penetrar um corpo feminino
De lado a lado
Não pôr nada à frente
Que impeça a passagem
Do descobridor da vida
Espermatozoide a passar a cruzar de través
A meter-se de permeio ao atravessar
Atingir a margem sem se molhar
Acostumado à dureza
Propenso a atrelagem
A prender com trela a amizade
A unir por vínculos fortes
As vidas as almas
Insistentemente pregar a paz à toda criatura
Atrelar ao comboio da felicidade
O sentido sincero claro
De não querer atribular o coração combalido
Na esperança do renascimento
Nem mesmo uma tênue sombra
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