sexta-feira, 20 de abril de 2018

Foi no meu desespero estremo de terminal; BH, 080102000; Publicado: BH, 0601102012.

Foi no meu desespero extremo de terminal
Que fui o agarrante da tua alma;
Só a que poderia me salvar
Só ali teria terra que me agarrar
Não me evitem as tuas mãos
Deixas-me agarrado ao teu destino
Sem desterro semelhante agarra
No uterino que me encontrei
Com os fenômenos mórbidos que
Surgem na fase final que me espera
Vi minhas doenças crônicas agudas
Todas prenunciam-me a morte próxima
Senti a náusea da minha ânsia
Perdi a afeição me encontrava mesmo
No meu derradeiro grau de decadência
Tudo que era agregativo em mim
Perdi todo o contato de impacto
Só a sombra que agrega a morte
Pairava sobre meu espírito
Na boca o hálito agraz
Gosto de qualquer fruta
Muito acre fe verde
Especialmente parecida com uva
Vi então na parede o meu agravista
O juiz que tomava conhecimento
De todos os meus agravos os julgava
Cada ato que passava
Mais agravativo ficava
Fui condenado até no ar
Que agrava meus pulmões
Foi maior o agraudar dos meus castigos
Tornou-se graúda a minha pena
Foi mais importante condenar-me
Do que a tentativa de salvar-me
Pedi para agrar meu corpo
Converter-me todo em agro ogro
Aplanar as terras com sorgo
Para cultivo dum futuro melhor

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