Fiquei aqui abaladiço
Quando passei de trem
Da janela vi
A situação da estação
À beira da estrada de ferro
É abalável o estado
Em que se encontra
A própria população
É de sujeito a abalar
Abandono que foi legado
Nossa tradição de interiorano
Impressionável o descaso
Com que é tratado
O mineiro da roça
Que desde o tempo do Rosa
Não melhorou em nada
É de desespero abalador
Que abala o coração
Comove a alma
Impressiona o espírito
Boizinho magro esquelético
A esperar a morte
À beira da cerca
De arame farpado enferrujado
Se eu tivesse voz
Abaladoramente pediria
De modo comovente imploraria
De maneira a chamar a atenção
De forma abaladora impressionante
Para o carro de boi solitário agonizante
O caminhante da poeira
A árvore surrealista em carvão
A olharem-me sem uma lagrima para chorar
É dura a tentativa duma abaladura
Dum abalamento com colateral efeito
Em corações frios imperfeitos
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