quinta-feira, 19 de abril de 2018

Quando enfim vencer; BH, 090102000; Publicado: BH, 0601102012.

Quando enfim vencer
Meu agramatismo infinito
Superar a perda da faculdade
De escrever com correção gramatical
Principalmente superar
Dificuldade de expressão
Que se caracterizou em mim
Por incorreções sintáticas
Consideres ágrafo o que escrevi
Se não tiveres o poder de perdoar-me
Sintas o que está escrito
Como o que não está escrito
Não leias a minha agrafia
Não leias a minha impossibilidade
De exprimir meu pensamento
Por meio da escrita
Em virtude de lesão cerebral
Ausência do corpo caloso
Que foi diagnosticada
Numa tomografia computadorizada
Queiras agranelar estas letras
Recolhê-las ao depósito de lixo
Pô-las em granel pulverizá-las
Agranizá-las para que
Cubram de granizo o quintal
Ao agranizar minha falta de teor intelectual
Mil vezes morrer de agranulocitose
Mil vezes padecer no estado patológico
Caracterizado pela diminuição
Dos leucócitos no sangue
Mil vezes a neutropenia dos neutrófilos
Que a agonia de padecer agráfico
Torturante agoniador do ignorante
Não vaciles no uso da agomia
Esta arma curva usada pelos mouros do Malabar
Tinja esta arma branca no vermelho do meu sangue

Nenhum comentário:

Postar um comentário