terça-feira, 24 de abril de 2018

Que angústia que sinto; RJ, 040101999; Publicado: BH, 030502012.

Que angústia que sinto
Bem aqui dentro de mim
Que medo que fraqueza
Que pânico que covardia
Um abismo infinito
Intransponível cruel
Lança-me ao chão
De vento ao léu
Lança-me por terra
Feito cuspe de bêbado
Depois duma dose
Da pior cachaça
Uma eterna porta fechada
Uma eterna campa de sepultura
Donde não consigo fugir
Não consigo escapar
Quanto mais tento
Mais me acorrento
Mais preso fico
Neste inferno dentro de mim
Porquê é tão difícil a liberdade?
Porquê é impossível a liberdade?
A impossibilidade da felicidade?
Que angústia meu Deus
Que certeza de arder eternamente
No fogo do inferno
Como sair desta?
Como fugir deste abismo
Que engole todo dia
O meu fraco coração?

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