quinta-feira, 2 de maio de 2019

A sociedade sabe como me abrunhar; BH, 0201101999; Publicado: BH, 0130102012.

A sociedade sabe como me abrunhar
Sabe como me acabrunhar
A elite é igual a uma abrunheira
A burguesia um abrunheiro bravo
Todo político hoje
É um abrunho selvagem
Fruto insignificante
Uma pequena ameixa
Cada ministro um abrunho-do-duque
De cor vermelho-escura
Com manchas azuladas
Cada secretário um abrunho-do-rei
De cor acerejada manchada de azul
Onde só uma abrupção
Uma fratura transversal
Do osso principal
Pode parar a supressão
Das partículas de transição
Para dar ao estilo deles
Mais vivacidade na mentira
Mais veracidade na ilusão
A abruptela que deixam
Quando largam o poder
Fica igual à terra desbravada
Floresta queimada
Aldeia pilhada
Não fica pedra sobre pedra
As bolsas as contas bancárias
Só lucros cifras astronômicos
Em nome da miséria
Da pobreza do povo

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