Veja só uma coisa
Primeiro poema que escrevo
Depois dos quarenta
Janeiro de 1995
Rio de Janeiro
Rua do Rezende
Brasil
Ainda bem que Rimbaud
Não foi tão bobo
Ou besta quanto sou
Deixou de escrever
Bobagem cedo
Não esperou os quarenta
Sou o que ainda fico nesta
Casado falido
Pai de três filhos
Dois meninos uma menina
Ainda a pensar que pessoas
Preocupam-se com poemas
Poesias odes sonetos não
São realmente caminhos
Que nos levam a algum lugar
Sou o que teimo fico
A pensar em paixões
Em amor
Em paz
Coisas que o mundo
Não precisa mais
Chega para lá esse rapaz
Está muito embriagado leva-o
Logo rápido como quem rouba
À galeria dos mortos.
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