Preciso de alguém
Para ser acostado comigo
Estar costas com costas,
Pois não me sinto apoiado
Não estou amparado
Posso até cair acossado
Preciso me acostar em alguém
Não sei andar sozinho
Ainda sou um neném
Quero me unir
Acolar-me a outro ser
Juntar-me a uma fortaleza
Para que as colinas
Possam me apoiar
Sem a adoxografia de pessoas
Elogios coisas
Que não mereço
Sou um aerógrafo
Ser que deglute ar
Não sei voar
Igual aos pássaros
Nas alturas sofro de aeroembolia
A mesma alteração mortal
Que sofrem os pilotos no espaço
Quando ocorre defeito
Na pressurização do engenho
Ou do vestuário
Ao causar-me aerocolia
Meteorismo intestinal
É o medo do abandono
A covardia de estar sozinho
É a necessidade de ser
Um parasita pária
Que tem que usar outra vida
Para salvar a própria.
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