Suspirou para mim aborrecivelmente
Como se tivesse visto
O maior aborrimento
Que já foi criado
Na face da Terra
Olhou aborridamente
De modo tão aborrido
Que fechou os olhos
Não viu nada
Ficou ali parada
A aborrir a humanidade
A mastigar a língua
Na pura insanidade
Com todas as pústulas da sociedade
Todas bostelas criadas
Na abossadura da vida
Bossagem espiritual
O abostelar da alma
Da morte que quer abotecar
Quer abecar o indivíduo
Agarrar a sair a levá-lo
Com todos os gritos de protestos
Os olhos aboticados
Arregalados ao máximo
Ressaltados compulsivos
Salientes cortantes
Fios de navalhas
Exagerado ignorante
Pendurado numa forca de barro
Por um pedaço de barbante
A balançar pendular
A marcar horas
No relógio da parede do tempo
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