quarta-feira, 21 de julho de 2021

Apaga essa luz; RJ/1977; Publicado: BH, 0210702021.

Apaga essa luz
Que está no meu rosto
Não dei de cara com a salsa
Que ardia e não se consumia
E nem desci monte com pano
A cobrir o rosto e mata essa
Lágrima a descer da tua face
Essa luz me cega e essa lágrima
Mata me afogado e não quero
Morrer cego e nem sufocado e
Essa luz é muito forte e essa
Lágrima é como um punhal
Que quando fere fere até a 
Alma e apaga essa luz e deixa
Só a luz do sol e deixa só a luz
Da lua e mata essa lágrima e
Deixa só a tua face e deixa só
Os teus olhos fechados e vem
Para os meus braços a me beijar
Os cílios e a me beijar os olhos
E a me beijar a testa e as pestanas
E as sobrancelhas e as orelhas e
Vem a sorrir no escuro do espaço
O teu sorriso brilha e a tatear pelo
Ar até me encontrar e apaga essa
Luz e deixa a luz das estrelas e dos
Vagalumes e dos pirilampos e para
Que coisa melhor para a gente se
Amar e para que lugar melhor para
A gente se viver do que um céu
Estrelado e apaga essa luz artificial
Apaga e deixa só a do teu amor real.

Nenhum comentário:

Postar um comentário