Veja aquela aranha
Que tece sua teia
No canto da parede
Veja aquele pássaro
Que faz seu ninho
No galho da árvore
Veja aquela borboleta
Que ensaia tonta
Pela luz do sol
Seu primeiro voo
Veja aquele beija-flor
Que sai feito louco
A distribuir entre as flores
Mil beijos de amor
Veja aquele vagalume
Que mais parece
Uma estrelinha
Que caiu do céu
A bailar no ar
Solta de tudo
Livre de tudo
Veja aquele sol
Que vem a surgir manso
Lá por trás da serra
Veja aquelas árvores
Veja aqueles coqueiros
Veja aqueles limoeiros
Veja que beleza
Veja aquela mulher
Que vem a trazer
Entre os dedos uma rosa
Veja aqueles dedos
Veja aquelas mãos
Veja aqueles braços
Veja aquele corpo
Veja aquela boca
Veja aqueles lábios
Veja aquela face
Veja aquele rosto
Veja aquela Santa
Veja aquela santa nua
Veja que amor
E vem a sorrir
A se oferecer
Agora veja
Aquele escorpião
Que está cercado
Sem saída
Seus problemas são muitos
O levam à loucura
Seus erros são muitos
Seu medo é imenso
Veja aquele escorpião
Sua fraqueza é maior
E tenta fugir
Não encontra escapatória
O fogo está preste a devorá-lo
E rodopia a girar
Sob ele mesmo
Não pensa
Não para
Não resolve
E nem coloca
As coisas no lugar
Veja
Injeta o próprio veneno
Nele mesmo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário