Poemas perdidos
Poesias esquecidas
Nos simulacros das fumaças da vida
Vida encardida
Vida poluída
Sem amor e paz
Poemas destruídos
Poesias marginais
Correm sobre a face
Que iguais animais
Se entregam sem pensar e
Se vendem por quaisquer trinta dinheiros
Traem por menos de míseras moedas furadas
São piores do que Judas
Pobres criaturas bastardas
Dormem num galinheiro
E se alimentam dos restos mortais
Que acham por aí nos cemitérios abandonados
Ou em quaisquer latas de lixos de luxos dos loucos
E vagam pelas ruas sem destino algum
Pobres pequenas poesias
Pobres imundos poemas
Esmolam pelo amor de Deus
São explorados pelos filhos de Deus
Deus tem cada filho que não quero
Nem ser padrinho
Quanto mais pai ou irmão
Que não quero nem amar
Como Deus amou
Poemas sem primaveras
Poesias sem verões
Sem flores e sem amores
Vivem? não sei
Morrem? também não sei
Se perdem apenas penso
Se lançam apenas pressinto
Contra o impacto desta vida
Contra o compacto desta sociedade
Que os massacram com socos até a alma
Poemas morimbundos
Poesias mortas.
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