domingo, 27 de dezembro de 2015

Ainda não descobri a roda; BH, 050802013; Publicado: BH, 02701202015.

Ainda não descobri a roda
Se a tivesse descoberto talvez não seria
A descoberta contundente que um
Inventor alega ao descobrir algo
A pior das emendas inda não
Descobri o eixo para que serve o
Eixo há quem entra no núcleo
Celular à base duma organização
Põe abaixo a mais sólida estrutura
Há quem ergue quem derruba quem
Constrói quem destrói de gatinhas
Com gestos ridículos de gaudério
Engatinho nas minhas ações não movo
Uma pedra certa do lugar da última
Vez que movi uma pedra pus abaixo
Toda a pedreira paralisei-me desde
Então como um paralítico de tão
Envelhecido que fiquei taxavam-me
Como se fosse do período neolítico
Não há como fingir-me de moderno
De atual de evoluído chamo a atenção
Pela deslocação por estar tão fora do tempo
Que oculto sou notado ausente sou percebido
Neutro não saio incólume como se
Estivesse impregnado duma fragrância
Que identifica-me de longe não
Uso perfume de forma alguma não
Uso desodorante não creio que o
Odor seja por faltas para evitar estas
Digressões não sairei mais do casulo
Não serei mais afronta deixarei
Tudo guardado do lado de dentro

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