Meus fantasmas universais e meus espíritos
Celestiais, minhas almas eternais, também
Sou um pseudônimo de Fernando Pessoa;
Sou um dos menores, que Fernando criou,
Inda na infância, a brincar nos quintais das
Casas das tias, a passear às beiras do Tejo,
A correr pelas aldeias, castelos medievais,
Naus, portos, Portugal; minhas odes imaginárias,
Sou uma ode psicografada pelo vate, hora
Sou um poema de Alberto Caeiro, hora
Uma poesia de Ricardo Reis, ou um soneto
De Álvaro de Campos, um escrito de
Bernardo Soares; minhas chuvas oblíquas,
Meus rebanhos preferidos, estou inserido
Neste rol de consentidos; são tantos
Membros importantes, elevados dessa
Confraria, todos a agradar a musa poesia;
E cada um quer uma obra-prima mais
Bela a consagrar; e cada um quer uma
Obra de arte mais genial a oferecer; mas
O poeta é um fingidor e a poesia o conhece
Muito bem, mesmo quando o bardo tenta
Enganá-la, ao usar um pseudônimo; e
Fica mais exigente, alia-se ao poema, ao
Soneto, e quer algo diferente, e não aceita
Mais o que é normal; e manda a cambada
A vasculhar constelações, galáxias,
Aglomerados, a procurar uma gala, uma
Gaia, que sejam a ciência do bem e do
Mal, onde a poesia quer reinar, e ai
Daquele que falhar, ai do profeta que
Não vaticinar, pseudônimo ou não.
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