domingo, 27 de dezembro de 2015

E fazeis-me sentir ódio e raiva e ira; BH, 0110802013; Publicado: BH, 02701202015.

E fazeis-me sentir ódio e raiva e ira 
E a sentir rancor; fazeis questões em
Nadar nas demonstrações do nada e 
Desprezais, ignorais indiferentes; mas,
O mundo dá muitas voltas, o universo
Lava as mágoas e de repente, zás,
Elas voltam em cheio às caras, como
O cuspe jogado para cima; podeis 
Destruir um elo se houver, uma raiz de
Amor, um fruto, uma fruta, podeis até
Matar o pomar inteiro, fazer queimada,
Jogar as cinzas aos ventos raivosos;
O amor é eterno, permanecerá, Fênix,
Ressurgirá; fazeis caso em não ter a 
Alma grande, teimais em permanecê-la
Encolhida, anã, anônima, fora do eixo;
Mas tudo vale a pena quando a alma
Agiganta-se, não é pequena; sabeis, 
Cada um planta o que quiser, cada
Um escolhe o próprio caminho; quem
Plantar bem, colherá bem, quem plantar
Mal, foi mal lavrador, não colherá o 
Bom plantio; e há os que dizem que 
Quem espalha ventos, colhe tempestades,
Bem, comecei irado e ao fim destas
Poucas linhas, estou um pouco 
Desafogado, quero fazer crescer tudo
Em mim e há algo que diminui-me,
Deixa-me confuso, a dar voltas ao 
Redor da mesa, a ir à sala, a ir ao 
Quintal e o que quero falar não sai e
Faço um volteio vão e deixo mais leve
O meu coração.

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