domingo, 6 de dezembro de 2015

Quando ainda era dois vivia; BH, 0220702013; Publicado: BH, 0601202015.

Quando ainda era dois vivia
No óvulo da minha mãe um
Vivia no espermatozoide do meu
Pai dois sou já escrevia depois
Que passei a ser múltiplos para
Chegar a ser um no útero não
Parei de escrever quando nasci
Já nasci envelhecido experiente
Com cara de gente espalhei suor
Sangue dor placenta água
Lágrimas todo o parto foi uma
Poesia só que nunca parou de
Ser gerada neste poema épico
Que teve começo nunca terá
Fim vim vi vou embora vou
Pela eternidade afora mas quem
Vencerá não serei sou mas o que de
Mim foi feito ou do que foi feito de
Mim a jornada continuará noite adentro
Não estarei mais aqui mas a obra
Por si levantará voo de nave-mãe
Singrará o rastro deixado será
O das minhas cinzas no espaço
Que alegria todo dia no céu um
Sol toda noite no céu uma lua
Toda cama macia uma mulher nua
Com um sorriso nos lábios a dizer
Meu bem sou toda tua eita carcará
Velho de guerra sonhador rompedor
De madrugadas acorda vai para as
Beiras das estradas a primeira morena
Que passar a sorrir é para essa aí
Que vais existir

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