Reparai que a cada dia que passa,
Fica mais impossível viver; e
Quando vem a noite, os sonhos
Não a acompanham mais, e vêm
A insônia e os pesadelos; reparai
Que poucos nos alegramos, todas
As tragédias, desgraças, desastres
Compartilham o nosso tempo; não
Há mais cultura que nos seja
Agradável, não há mais sabedoria
Com quem possamos dividir e a
Inteligência foi expulsa do nosso
Convívio; temos por companhia a
Violência desenfreada a leitura da
Onda de crimes, roubos, assaltos,
Os vídeos das execuções, dos
Arrastões, dos sequestros; e o
Pânico é pregado livremente,
Para beneficiar os grupos que
Nos controlam, nos exploram e
Sobrevivem do nosso pânico; e
Continuaremos atados às embiras,
Presos aos elos, algemados,
Acorrentados; e continuaremos
Com a pseudo liberdade, a falsa
Democracia e com a certeza de
Que só quem detém o poder, é
O que pode alguma coisa; o povo
Não passa do detalhe de
Sustentação, de massa de manobra
E de ser cada vez mais chamado
A sustentar o estado, a burguesia
E a elite; e enganado, iludido,
Volta à casa todo dia, no peito
A angústia, na face a agonia.
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