Meu coração foi adquirido por devolução,
Estava abandonado em terreno ermo, devoluto
E alguém o apanhou, o instalou em meu peito;
Meu coração não é meu coração e não pode
Ser devolutivo, não posso fazer um devolutório,
Dizer para mim, devolve, pois não sei de quem
Ele é, e nem de qual peito ele veio; não posso
Fazer a devolução, não posso devolver com
Devoção este coração, que não sei como veio
Parar aqui, se foi transplante, ou se foi doação,
Um sentimento religioso, um objeto de piedade;
E nesta série de transformações porque passou,
Neste vir, e tornar-se a ir, a devir, não fui eu
Quem o escolhi; realmente foi ele quem me escolheu,
Verdadeiramente eu que sou dele, deveras, ele
Não é meu; passo a ter obrigação, dever,
Dívidas, como o estar obrigado na necessidade
De cumprir alguma coisa, tal tarefa ou trabalho,
Que o professor determina aos alunos para o
Fazer em casa; sou o devedor do sangue que
Alimenta-me e aquele que deve a ele sou eu, com
Débito e despesa que não se lançam no livro
Comercial razão e que não se registram na
Coluna desse livro com as despesas feitas por
Alguém; posso não devastar meu peito em
Benefício da humanidade, meu coração não é
Meu coração; posso então assolar minha vida
Em benefício do mundo, arruinar meu ser
Danificar meu ente; ser o meu devastador
O que tudo devasta em si em benefício do
Universo; meu coração não é meu coração,
Não sei donde ele veio e nem de quem ele é,
Pode vir a devastação, todo ato e efeito de
Destruição; se não sobrar nada, não faz mal não
Não é um coração devasso, não conhece o que é
Libertino e licencioso; não é de libertinagem e de
Devassidão, é um coração puro de ingênuo, pode
Devassar, contemplar e divulgar tudo que vem de
Dentro dele; pode invadir e pôr a descoberto tudo
Que estava vedado, abrir todas as válvulas e
Deixar o sangue fresco fluir, relaxado, livre.
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