sexta-feira, 13 de abril de 2018

Na corrida da vida; BH, 020901999; Publicado: BH, 0220502012.

Na corrida da vida
Sou um azarão
Não sou um puro sangue
Um cavalo alazão
Resultado inesperado
Que contraria os prognósticos
Sou o cavalo pangaré
A zebra de estimação
Não tenho sorte
Sou de azarar
De dar azar no coração
Não andes comigo,
Que sou azarento
Corres perigo
Urubu é o meu bicho
De combinação
Vivo azarado tenho receio
De passar debaixo de escada
De ver o goto preto
Cruzar à minha frente
No fundo da estrada
Sou até azebuado
Mestiçado com o gado zebu
Até uma mulher
Já me meteu uns chifres
Sou corno azedado
Azedou minha vontade
De amar de viver
Azedou o meu leite
Quem vai querer beber
Toda a causa do azedament
É a falta de paz
Que trago em meu ser
Deixei minha alma azedar
Meu espírito alterar
Até irritar meu semblante
De hálito azedo de mau
De beijo de sabor ácido
Como o do vinagre
Lábio fermentado frio,
Língua irritada com azedume
Boca de amargor irritação
No fim da corrida da vida
Fechas a tampa do meu caixão

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