Não fui o menino criança
Que soube abrejeirar
Tornar brejeira a infância ou
Malicioso nas brincadeiras
Agarotar com as meninas
Fui muito de arapucar
Derrubar ninhos com estilingue
Amarrar passarinho com cordão
Como dói meu coração
Transformei em pântano
Minha criança de quintal
Deixei em brejo minha vaca
Minha testa abundar de pedradas
Com tanta destruição de passarinhos
Matança de besouros
Caçada de minhocas
Não pode como haver com fartura
A felicidade em minh'alma
Só o abrejar do choro
O derramar das lágrimas
O tornado proceloso
Que me deixou transformado
Em areia movediça
Terreno abrejado
Que nem o abre-ilhós
Instrumento para abrir buracos
Destinado a furador
Pode me deixar escapar
Hoje ao soprar o ábrego
Vento do sudoeste lado sul
Nas antigas denominações
Choro pelas almas recordações
Do menino criança que não fui
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