Sofri a separação da minha cabeça do corpo
Mas era necessário o corte
Não os suportava mais
O corpo não era são
A cabeça não era sã
Com a perda da razão
Senti a interrupção do sangue
Na abscissão que passei
Porém precisava ser partido
Ser rasgado ao meio
Fendido de lado a lado
Para ver o que havia escondido
Dentro de minhas vísceras ventre entranhas
Louvei o abscisso desconexo
Acabou a utopia
Não dá mais para absconder
O medo a covardia
Não é hora de esconder
A verdade o sonho
Por mais abscôndito
Que esteja o amor
Por mais absconsa
Que esteja a paz
Resta-nos procurá-los
Como se procura
A água o ar
A mariposa que procura
A lâmpada do dormitório
Usadas pelos monges antigos
O sol procura a manhã
Os raios o dia
A lua as estrelas
Procuram a noite ao entardecer
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