sexta-feira, 13 de abril de 2018

Minha falta é grave; BH, 0201001999; Publicado: BH, 0220502012.

Minha falta é grave
É a mentira é a falsidade
Podeis me azorragar
Bater-me com azorrague
Com o chicote de couro
Amarreis-me no cepo
Sou o escravo africano
Não ensejo salvação
Na ocasião favorável
Não esperada
Não sei pedir perdão
Nem tenho o azo de perdoar
Só sei azinhavrar meu limbo
Lugar para aonde vão as almas
Dos meninos que morrem
Sem o batismo
Segundo a crença cristã
Sou um menino sem batismo
Não fui crismado
Não fui batizado,
Estou morto
A bordo duma coisa
Que não sei o que é
Não tenho a fome do pão de ázimo
Pão sem levedura
Pão sem pão
Fome de conhecimento
Liberdade sabedoria
Minha falta é grave
Preciso inda mais
Azucrinar a burguesia
Apoquentar a elite
Importunar com lamúria choro
O espírito da sociedade
Jogar na cara a mentira
Que querem passar por verdade
A vida supérflua consumista
Vazia que levam a vida inútil
Sem padrão que faz bem
Pequena o teor de minha falta

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