A nau foi a pique
Nenhum marinheiro sobreviveu ao naufrágio
Dos grandes navegadores
Suas grandes descobertas
Esses marinheiros não fizeram parte
O que resta agora no fundo do oceano
São os escombros da nau que afundou
Os fantasmas os espíritos
As almas dos marinheiros que a acompanharam
Algumas teimosas pegam caronas nas ondas
Batem nas praias
Agarram-se aos escolhos
Confundem-se com o horizonte
Com o azul das águas dos mares
Outros trabalham querem traze
Dos fundos do mar
O que restou da embarcação
Fazem rituais
Cultos aos deuses dos oceanos
Ofertas às rainhas das águas
Celebrações sacrifícios às deusas dos mares
Mas a nave não vem à tona
O que vem é irreconhecível
Nada tem do audacioso marinheiro
Nada é do ousado navegador
Quem pousa o olhar em cima dum
Foge desesperado
Até as namorada as amantes que deixaram
Nos antigos portos comprometidas
Com a promessa de voltar depois
De resgatar a nau do fundo do mar
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