quinta-feira, 10 de abril de 2014

Irei para a cama não dormirei; BH, 01º01002013; Publicado: BH, 0100402014.

Irei para a cama não dormirei
Doente a insônia não me deixará dormir
Quando durmo tenho medo de
Morrer se durmo acordo na
Manhã seguinte não abro os olhos
Permaneço de olhos fechados
Tenho medo de abrir os olhos
Estar morto só depois de muito
Tempo que toda a dúvida já se
Dissipou que alguém venha
Confirmar comigo que estou vivo
É que abro as olhos caso contrário
Deixo-os cerrados uma boa parte
Do tempo coisas da velhice inda
Mais uma velhice que não é sadia
Como é a minha uma velhice
Decrépita hostil cheia de irritabilidade
Irei para a cama  mas debaterei a
Noite toda como um epiléptico
Rolarei dum lado para outro
Como uma bola murcha sei que
Não pegarei no sono falarei
Sozinho ouvirei vozes gritos
Sussurros verei sombras verei
Vultos fantasmas a assustarem-me
Verei almas a noite toda até
Espíritos vida de velho é assim
Mesmo uma assombração a
Ver assombrações um sobrenatural
Durante o dia a perturbar todo
Mundo que de noite é perturbado
Por sobrenaturais doutro mundo
No quarto escuro

Nenhum comentário:

Postar um comentário