Não será hoje que psicografarei alguma coisa minha
Inda mais que ando meio descuidado
Distraído sonso de antenas desligadas
Já preenchi com meus manuscritos psicografados
Pergaminhos papiros consagrados
Geralmente nunca tenho nada para dizer
Como não tenho dinheiro para matar a sede de beber
Enfio a ponta da pena no meu sangue fresco
Gravo nesta superfície
Estes arabescos
Quando estou à mesa dum boteco
Cheio das inspirações que fluem das garrafas
Psicografo até o que não devia
Porém que passo a dever
Mas sem as imaginações
Sem as criatividades dos bêbados iluminados
Restam-me só estes garranchos
Estes emaranhados de letras
Estas teias de palavras envelhecidas
Aqui no limbo
No meio desses fantasmas desumanos
Na convivência desses espíritos imaterializados
Confundo-me também com os ectoplasmas
Finjo-me que sou produto do meio para ser aceito
Até emito uns ais para imitar aos demais
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